Hoje vou falar de mais uma orquídea do gênero Cattleya, o mais valorizado, cultivado e admirado de toda a família Orchidaceae.
Relembrando, o nome deste gênero é uma homenagem a Sir William Cattley, horticulturista inglês do século XIX.
A distribuição geográfica das Cattleyas ocorre desde o hemisfério norte (México), passando pela América Central até a América do Sul, onde ocorre em maior número de espécies. No total este maravilhoso gênero tem em torno de 120 espécies, sendo a grande maioria originária do Brasil, podendo ser encontrados em todos os estados.
A planta do dia é um espetáculo. Mais uma brasileirinha, a Cattleya forbesii. Uma planta fascinante com flores lindíssimas, e que é popularmente conhecida como “orquídea bico-de-chaleira”, pelo formato de seu labelo.
Esta orquídea foi descoberta e divulgada em 1790, pelo botânico brasileiro Frei José Mariano da Conceição Velloso (1742 – 1811), responsável pelo estudo “Florae Fluminensis”.
Na época, o Frei Velloso deu o nome de Epidendrum pauper a sua descoberta. Entretanto seu trabalho somente foi publicado em 1825.
Neste meio tempo, e junto com outras plantas, Mr. Forbes, colecionador inglês, enviou alguns exemplares desta orquídea coletadas nas redondezas do Rio de Janeiro, ao instituto da Royal Horticultural Society, na Inglaterra.
O material foi enviado para John Lindley que, em 1821 a descreveu e a batizou em honra e Forbes como Cattleya forbesii.
Se pudesse eu mudava o nome desta planta para Cattleya vellosensis. Ficaria muito melhor.
Aproveitando que estamos falando em nomenclatura, anteriormente esta planta foi classificada como Cattleya forbesii f. aurea; Cattleya forbesii var. viridiflora; Cattleya fulva; Cattleya isopetala; Cattleya pauper; Cattleya vestalis; Maelenia paradoxa; Epidendrum forbesii e Epidendrum pauper.
Esta planta é natural da região litorânea da Mata Atlântica do sudeste e sul do Brasil. Pode ser encontrada vegetando de forma epífita ou eventualmente rupícola, principalmente em terrenos alagadiços próximos a rios e lagos, em altitudes entre o nível do mar e 300 metros.
CURIOSIDADE 1:
Esta planta é muito comum em Cabo Frio e Angra dos Reis, ambos no Rio de Janeiro, Ilha Comprida e região de Santos, em São Paulo, Florianópolis e norte do Rio Grande do Sul. Como curiosidade, esta é a única espécie do gênero Cattleya que pode ser encontrada no estado do Paraná, principalmente nas divisas do estado com São Paulo e com Santa Catarina, e na região de Morretes, perto da Estrada da Graciosa.
É uma planta de porte médio. Rizoma robusto com raízes velamentosas, suportando pseudobulbos bifoliados de aproximadamente 20cm de comprimento e em forma de cana, e protegido por brácteas. As folhas são grossas, coriáceas e elípticas, e tem em média 12cm de comprimento.
A inflorescência tem em média 10cm de comprimento e suporta entre 2 e 6 magníficas flores de diâmetro entre 10 e 12cm, suave e delicadamente perfumadas.
Falar das cores destas flores não é tarefa fácil. Existem muitas variedades: coerulea, verde, albina e aurea, entre outras, cada uma com seus coloridos. Sépalas e pétalas de cor verde, marrom, amarelo ou rosa, eventualmente pintalgadas. Labelo trilobado branco na parte externa e amarelo com estrias vermelhas na parte interna. Um verdadeiro show da natureza.
CURIOSIDADE 2:
Em termos genéticos, a Cattleya forbesii tem sido muito utilizada na busca das estrias vermelhas do labelo, mas esta característica é bastante recessiva. As características dominantes em cruzamentos envolvendo esta orquídea são o tamanho das flores e o formato do labelo.
É uma planta muito fácil de cultivar. Seguem algumas dicas:
- A melhor forma de cultivo é fixada árvores, ou então em cascas, troncos ou galhos, e com muitas raízes expostas.
- Se sua opção for cultivar esta planta em vaso ou caixeta, então utilize um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus, carvão vegetal e pedra brita.
- Como a maioria das Cattleyas, sugiro cultivo com sombreamento em torno de 50%.
- Suporta temperaturas entre 5 e 35 graus. Sugiro protegê-la do frio nos dias mais rigorosos do inverno.
- Precisam de muita umidade e rápida drenagem da água.
- Esta planta está acostumada a uma variação de cerca de 10 graus entre a temperatura do dia e a da noite. Condição esta muito fácil de ser ofertada pelos cultivadores das regiões sul e sudeste do Brasil.
- E, ainda, recomendo cultivo em lugar com ótima ventilação. A Cattleya forbesii é muito susceptível ao ataque de ácaros e cochonilhas.
Floresce normalmente duas vezes por ano, no verão e no inverno, e cada floração dura em média 20 dias. Recomendo.
Seguem algumas fotos:
IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE
Se você encontrar alguma foto de sua autoria neste blog, e desejar a remoção, por favor envie um e-mail para que a mesma seja retirada imediatamente. Obrigado.
Sempre gostei muito desta!
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Idem. Linda flor. E esta é bem fácil de encontrar
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Linda cattleya. Acho que não existe cattleyas feias. Bela aula.
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Com certeza Suely. Todas as Cattleyas são um SHOW de beleza.
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