Aspasia silvana

 

Hoje vou falar de uma planta maravilhosa. Uma linda orquídea que lembra uma estrela e com labelo com aparência de uma saia rendada. Um show de cores e de formas. É a fantástica Aspasia silvana

 

… uma pintura brasileira

 

O nome deste gênero, Aspasia, é uma homenagem a Aspásia de Mileto, a mulher mais famosa da antiga Atenas, e amante de Péricles, o grande líder ateniense, com o qual ela teve um filho. Eles nunca se casaram porque Péricles era separado de sua primeira esposa, de nome desconhecido, e os atenienses não permitiam uma segunda união legal.

 

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Aspásia de Mileto e Péricles

Imagem retirada da internet – Site:
http://oscarbrisolara.blogspot.com.br/2014/12/a-mulher-na-liiteratura-da-grecia-na.html

 

 

Muito ativa no círculo filosófico e político de Atenas, Aspásia influenciava Péricles em suas retóricas públicas, promovia reuniões literárias em sua casa, e participava do debate político da época. Por sua ousadia, Aspásia foi acusada de ter sido responsável pela Revolta de Samos (440 a.C.), contra Atenas, e pela Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.).

Esta orquídea foi descrita em 1832 pelo botânico inglês John Lindley (1799 – 1865), provavelmente o mais renomado de todos orquidólogos.

Lindley descreveu centenas de gêneros e espécies, publicou muitos artigos e livros científicos, participou na fundação da revista Gardener’s Chronicle, e em 1857 foi agraciado com a Medalha Real, homenagem da Real Sociedade de Londres para pessoas com importantes contribuições para o avanço do conhecimento da Natureza.

 

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John Lindley

Imagem retirada da internet – Site:
https://www.britannica.com/biography/John-Lindley

 

 

Aspasia um gênero composto por apenas 7 espécies originárias da grande área que se estende desde a Guatemala, na América Central, até a região sul do Brasil. São elas:

  • Aspasia epidendroides
  • Aspasia lunata
  • Aspasia omissa
  • Aspasia principissa
  • Aspasia psittacina
  • Aspasia silvana
  • Aspasia variegata

 

São plantas de hábito predominantemente epífita e que apresentam forma de crescimento simpodial. Vegetam em florestas e matas úmidas e sombrias localizadas em altitudes que variam desde o nível do mar até 1000 metros.

A planta do dia é uma das tantas que estão no topo do rol de minhas “queridinhas”. É a Aspasia silvana, mais uma exuberante orquídea brasileira.

Esta linda orquídea foi descrita em 1988 pelo engenheiro agrônomo, pesquisador e professor Fábio de Barros.

Formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada a USP, e com mestrado e doutorado em Biologia Vegetal pela UNICAMP, Fábio de Barros atualmente é  pesquisador na Seção de Curadoria do Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo.

Em termos de orquídeas Fábio de Barros é um renomado taxonomista. Descreveu mais de uma centena de espécies, com ênfase em gêneros como Acianthera, Anathallis, Heterotaxis, Pabstiella e Specklinia.

Agora falando um pouco sobre etimologia, o nome desta espécie, silvana, segundo a grande maioria dos sites que consultei, deriva do latim, silvanus, e significa “habitante da floresta”, em uma óbvia referência ao habitat desta magnífica planta.

Apenas por curiosidade, na mitologia romana Silvano era o deus da floresta e dos campos, e geralmente é representado como um velho de aparência jovial, com pés e orelhas de bode. Pelo menos em termos de aparência, Silvano se assemelha muito ao Sátiro, da mitologia grega.

 

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Silvano – deus da floresta na mitologia roamana

Imagem retirada da internet – Site:
http://jovemlobo.blogspot.com.br/2013/09/criaturas-05-fauno.html

 

Porém, eu acredito que a verdadeira história é outra. A Aspasia silvana foi descoberta pelo Sr. Edmundo Ferreira da Silva, o “Edmundo das Orquídeas”, no sul da Bahia. Edmundo é um grande colecionador de orquídeas, e atualmente existem várias plantas descritas que o homenageiam. Cito algumas:

  • Bifrenaria Silvana
  • Epidendrum silvae
  • Maxillaria Silvana
  • Promenaea Silvana
  • Rauhiella silvana
  • Zygopetalum silvanum

 

Assim, tenho plena convicção que o nome Aspásia Silvana seja uma justa homenagem de Fábio de Barros a este colecionador. Agradeço se alguém tiver mais informações sobre este tema, e puder me ajudar a confirmar ou rever esta opinião.

Esta planta é originária da Mata Atlântica dos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, onde vegeta de forma epífita em florestas densas e de alto nível umidade, localizadas em altitudes normalmente inferiores a 700 metros.

 

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Mata Atlântica  –  vista aérea

Imagem retirada da internet – Site:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Atl%C3%A2ntica

 

 

Trata-se de uma planta de médio porte, crescimento rápido e que forma grandes touceiras. Possui rizoma robusto e compacto, com raízes velamentosas e pseudobulbos fusiformes, achatados lateralmente e normalmente bifoliados. Estes bulbos são lisos quando novos, tornando-se sulcados com o passar do tempo.  As folhas são coriáceas e lanceoladas

A inflorescência é do tipo ereta e surge da axila foliar, junto à base dos pseudobulbos. Hastes de aproximadamente 20cm de comprimento, suportando uma ou duas flores que tem entre 6 e 8cm de diâmetro.

As pétalas e as sépalas são de tamanho e forma similares, lembrando a figura de uma estrela. Em ambas predomina uma tonalidade escura de verde, densamente pintalgada com máculas de cor marrom castanho. No labelo, em forma de saia, branco, rosa e amarelo completam a pintura. Um show de planta.

É uma planta de fácil cultivo. Seguem algumas dicas:

  • Pode ser cultivada em cascas ou troncos de árvores, que é a minha sugestão, ou então em vasos de plástico ou caixetas de madeira.
  • Para a segunda opção, sugiro um substrato composto de partes iguais de casca de pinus e carvão vegetal.
  • Muito cuidado com a rápida drenagem da água. Esta planta precisa de regas diárias, mas pouco volumosas. Nunca deixe a planta com as raízes encharcadas sob pena de poder perder a mesma.
  • Gosta de uma boa sombra. 50 a 60% de sombremento é o ideal.
  • Suporta temperaturas entre 10 e 40 graus. Sugiro protegê-la nos dias mais rigorosos do inverno.

Floresce no final da primavera e sua floração dura em média 20 dias. Quando bem cultivada pode florir mais de uma vez ao ano Recomendo.

Seguem algumas fotos ilustrativas:

 

Aspasia silvana var alba 1

Aspasia silvana var. alba

Planta de minha coleção – Cultivada em placa de Peroba

Crédito fotográfico:  Juan Pablo Heller

 

Aspasia silvana var alba 2

Aspasia silvana var. alba

Planta de minha coleção – Cultivada em placa de Peroba

Crédito fotográfico:  Juan Pablo Heller

 

 

E agora mais algumas fotos, estas retiradas da internet:

 

 

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
https://en.wikipedia.org/wiki/Aspasia_silvana

 

 

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/www.orquideashop.com.br/novidades/aspasia-silvana/

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
https://commons.wikimedia.org/wiki/Aspasia_silvana

 

 

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https://hiveminer.com/User/Ju%20Frank%20Bio

 

 

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www.orquideashop.com.br/novidades/aspasia-silvana/

 

 

 

 

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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