Pabstiella mirabilis

 

 

Quando pensamos em uma exposição de orquídeas, imediatamente vislumbramos a imagem de uma pomposa Cattleya ou uma Blc com suas flores grandes, vistosas e perfumadas.

 

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Exposição orquídeas

Imagem retirada da internet – Site:
http://portalgazetasaocarlos.com.br/index.php/2017/04/24/exposicao-nacional-de-orquideas-abre-oficialmente-51o-festa-clima/

 

Porém, quem visita exposições sabe que existem várias categorias em julgamento. E estas categorias variam muito dependendo do local e da época. Por exemplo, em setembro, é comum que as exposições realizadas na região sul premiem a melhor Cattleya intermedia, por ser a época de floração desta espécie. Não faria sentido esta categoria em uma época onde esta planta não está florida. A seguir relaciono algumas categorias que são comuns em exposições:

  • Melhor espécie brasileira
  • Melhor espécie estrangeira
  • Melhor orquídea monopodial
  • Melhor híbrido de Cattleya
  • Melhor híbrido de monopodial
  • Melhor micro-orquídea
  • Melhor Cattleya unifoliada
  • Melhor Cattleya bifoliada
  • Melhor espécie terrestre
  • Melhor espécie rupícula
  • Melhor Planta Júri Popular
  • Melhor Planta da Exposição
  • Mérito Botânico
  • Melhor Dendrobium, melhor Coelogyne, melhor Catasetum, etc.

E, de todas estas, a que mais me encanta é a categoria das micro-orquídeas. Amor antigo. Sempre fui apaixonado por flores pequenas e em florações abundantes.

Agora voltando ao tema desta aula, a orquídea de hoje ocupava lugar de destaque na  exposição do 110o Festival de Orquídeas de Curitiba, realizado em setembro deste ano. Méritos para meu amigo Marcos Luiz Klingelfus, renomado orquidófilo curitibano e que ganhou a Medalha de Ouro na categoria micro-orquídea, com sua fenomenal Pabstiella mirabilis, uma planta que lembra uma grinalda de noiva…

 

… uma minúscula maravilha

 

Pabstiella é um gênero botânico pertencente à família Orchidaceae, proposto em 1976 pelos botânicos alemães Friedrich Gustav Brieger (1900 – 1985), e Karlheinz Senghas (1928 – 2004).

Brieger abandonou a Alemanha quando Adolf Hitler assumiu o poder, e foi trabalhar no instituto John Innes Horticultural Institution, em Londres. Três anos depois, em 1936, Brieger foi exilado da Alemanha e aceitou um convite para vir ao Brasil.

Em nosso país Brieger iniciou uma cátedra de Citologia e Genética, na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz”, em Piracicaba. Brieger foi especialista na classificação e melhoramento de orquídeas, criando e exportando numerosos híbridos.

 

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Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Foto retirada da internet - Site:
http://www.imagens.usp.br/?attachment_id=14676

 

O orquidólogo Senghas foi curador e diretor do Jardim Botânico da Universidade de Heidelberg, além de ter acumulado o cargo de presidente do Deutsche Orchideen-Gesellschaft.

Responsável pela publicação de mais de 300 trabalhos científicos, Senghas estabeleceu 17 novos gêneros de orquídeas e 388 espécies. Os gêneros Senghasia e Senghasiella, assim como a espécie Coryanthes senghasiana, foram nomeados em seu louvor.

O nome deste gênero, Pabstiella, é uma homenagem de Brieger e Senghas ao biólogo gaucho Guido Frederico João Pabst (1914 – 1980), especialista em taxonomia de orquídeas brasileiras e fundador do Herbarium Bradeanum, no Rio de Janeiro.

Em sua brilhante carreira Pabst publicou inúmeros e valiosos trabalhos, e foi o responsável pela descrição de mais de 180 espécies. Com certeza sua obra mais reconhecida é Orchidaceae Brasilienses, publicada em 1975 e escrita em dois volumes. Esta obra foi elaborada por Pabst em conjunto com o também botânico brasileiro Gunther Friedrich Dungs (1915 – 1977), mais conhecido como Fritz Dungs.

 

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Orchidaceae Brasilienses, de Pabst e Dungs

Imagem retirada da internet – Site:
 www.ernanileiloeiro.com.br/peca.asp?ID=7655

 

Trata-se de mais um gênero polêmico e que ainda é tema de muitas discussões. Embora constem registros de algo em torno de 120 espécies de Pabstiella, apenas 29 são aceitas e reconhecidas pela comunidade científica.

Todas as plantas de Pabstiella foram desmembradas do gênero Pleurothallis, e se caracterizam por possuir o “pé” da coluna extremamente longo.

São plantas originárias da extensa faixa que se estende desde o México até o sul do Brasil, onde vegetam de forma predominantemente epífita em florestas úmidas e sombrias.

E agora vamos ao estudo da orquídea do dia, a fascinante Pabstiella mirabilis, planta “tipo” do gênero, e proposta em 1918 pelo botânico e taxonomista alemão Friedrich Richard Rudolf Schlechter (1872 – 1925).

Schlechter é um dos mais renomados orquidófilos da história, tendo publicado muitos trabalhos técnicos. A ele devemos a proposição de cerca de mil espécies da família Orchidaceae.

O nome desta espécie, mirabilis, deriva do latim e significa “admirável”, “maravilhoso”, “espantoso”, em relação ao formato singular das flores desta orquídea.

Sinonímia: Anthereon mirabilis; Gyalanthos mirabilis; Pleurothallis mirabilis; Pleurothallis longicornu e Specklinia mirabilis.

É uma planta que vegeta de forma epífita em florestas da Mata Atlântica da região sul do Brasil, sendo a Serra do Mar paranaense o seu principal centro de distribuição.

 

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Serra do Mar paranaense

Imagem retirada da internet – Site:
www.youtube.com/watch?v=x3FFMejEcYQ

 

São plantas que, apesar do pequeno porte, crescem rapidamente formando densas e lindas touceiras que propiciam uma imagem fantástica quando floridas.

Apresentam forma de crescimento simpodial. Rizoma compacto com raízes velamentosas e suportando finos ramicaules eretos e monofoliados de aproximadamente 3,0cm de comprimento. As folhas apresentam formato elíptico, são coriáceas e relativamente carnudas, apresentando uma tonalidade escura de verde. Estas folhas possuem entre 3 e 5cm de comprimento.

As inflorescências são magníficas. Finas, eretas e delicadas hastes de aproximadamente 10cm de comprimento, que brotam do ápice dos ramicaules, junto à base da folha, e suportam entre 3 e 7 pequenas flores que abrem simultaneamente. Estas flores possuem diâmetro de aproximadamente 1,0cm, entrando na classificação de micro-orquídea. É comum um mesmo ramicaule apresentar duas inflorescências simultâneas.

As minúsculas flores apresentam um formato muito interessante. Pétalas menores que as sépalas e voltadas para a frente, com larga sépala dorsal, e com sépalas laterais fundidas (sinsépalas). O labelo completa o conjunto com uma coluna muito grande em relação ao restante das estruturas florais. Em todo o conjunto predomina um branco translúcido e em cada sépala lateral se destaca um fino risco de cor rosa.

Seguem algumas dicas para o cultivo desta planta:

  • Preferencialmente cultive a Pabstiella mirabilis fixada em troncos ou cascas de árvores, com muitas raízes expostas.
  • Mas, se sua opção for cultivo em vaso ou caixeta, então utilize um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus e carvão vegetal, ambos bem moídos, acrescentando ainda um pouco de esfagno.
  • Alguns orquidófilos utilizam rolhas para o cultivo desta planta, e com bons resultados. Segue a dica.
  • Qualquer que seja sua escolha em termos de substrato, cuidado com água acumulada. Este deve ser arejado e drenar a água imediatamente.
  • Sugiro cultivo com 70% de sombreamento, e temperaturas entre 5 e 35 graus.

 

Aqui no sul floresce entre o final do inverno e o começo da primavera, e a floração dura em média 20 dias.

Seguem algumas fotos:

 

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Pabstiella mirabilis

Proprietário: Marcos Luiz Klingelfus

Orquídea agraciada com Medalha de Ouro no 110o Festival de Orquídeas de Curitiba, realizado em setembro de 2017 em Santa Felicidade

Crédito fotográfico:  Juan Pablo Heller

 

  

E agora mais algumas imagens, estas retiradas da internet:

 

 

 

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Foto retirada da internet - Site:
www.flickr.com/photos/luizfilipevarella/7626107816

 

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http://www.orchidspecies.com/pleurmirabilis.htm

 

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www.flickr.com/photos/luizfilipevarella/7626110572

 

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http://bluenanta.com/natural/145096/species_detail/

 

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www.flickr.com/photos/luizfilipevarella/sets/72157635229381849/

 

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http://picssr.com/photos/adilsfilho/favorites/page4?nsid=52990883@N02

 

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http://www.orchidspecies.com/pleurmirabilis.htm

 

Pabstiella mirabilis  http://sites.google.com/site/florasbs/home  São Bento do Sul - Santa Catarina

Foto retirada da internet - Site:
https://sites.google.com/site/florasbs/orchidaceae/pabstiella-mirabilis

 

 

 

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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