Maxillaria setigera

 

Mais uma planta florida na estufa, mais motivação para escrever. E a planta do dia é a fenomenal Maxillaria setigera, uma…

 

… orquídea com cheiro de melancia

 

 

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Imagem retirada da internet - Site:
www.youtube.com/watch?v=g7AGTj0Rccc

 

 

Maxillaria é um grande gênero da família Orchidaceae, e que até pouco tempo atrás era composto por mais de 700 espécies. Atualmente com as constantes reclassificações e criações de novos gêneros com Brasiliorchis, Camaridium, Christensonella, Ornithidium, Maxillariella, Rhetinantha, Sauvetrea, Nitidibulbon, Mormolyca e Heterotaxis, este número diminuiu bastante.

O gênero Maxillaria foi descrito em 1794 pelos botânicos espanhóis José Antonio Pavon Jimenez (1754 – 1840) e Hipólito Ruiz López (1754 – 1815). Ruiz & Pavon, como ficaram conhecidos, participaram da primeira grande expedição botânica ao Novo Mundo, durante o reinado de Carlos III da Espanha. Durante onze anos, de 1777 a 1788, eles descreveram centenas de plantas das floras peruanas e chilenas.

O nome deste gênero deriva da palavra latina Maxilla, que significa “queixo”, numa referência ao labelo móvel e versátil de suas flores.

As lindas plantas deste gênero são originárias da América tropical, ou seja, da extensa faixa que abrange o sul do México, toda a América Central, incluindo a região caribenha, e toda a América do Sul, excluindo as regiões mais frias da Argentina e o Chile.

 

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Maxillaria – Ocorrência

Imagem retirada da internet - Site:
http://www.mdpi.com/1999-4907/2/1/1/htm

 

São plantas de hábito predominantemente epífita, e com raras adaptações para vida sobre rochas ou de forma terrestre, e que vegetam em altitudes que variam desde o nível do mar até 3500 metros.

Existe uma notável diferença de formas e coloridos das flores nas espécies deste gênero. As Maxillarias com colorido mais intenso e com flores de maior tamanho encontram-se normalmente na Cordilheira dos Andes, do Peru até a Colômbia, em altitudes superiores a 1000 metros. Por este fator, as Maxillarias andinas necessitam de maior umidade, menos luminosidade e temperaturas mais amenas do que as outras.

Por se tratar de flores normalmente pequenas e sem muitos atrativos estéticos, as Maxillarias são pouco cultivadas no Brasil. Talvez as mais conhecidas sejam a Maxillaria tenuifolia e a Maxillaria picta (atualmente Brasiliorchis picta), que são muito cultivadas em nosso país pelos incríveis perfumes cujas fragrâncias lembram coco e mel respectivamente.

 

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Maxillaria tenuifolia

Foto retirada da internet - Site:
https://afriorchids.co.za/product_ranges/orchids-m-n

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Brasiliorchis picta

Foto retirada da internet - Site:
http://picssr.com/tags/brasiliorchis/interesting/page10

 

 

E agora a planta do dia. A Maxillaria setigera que, embora menos conhecida que suas parentes citadas no parágrafo anterior, também tem um delicioso perfume que, neste caso, lembra a fragrância da melancia.

Esta orquídea foi descrita em 1845 pelo botânico inglês John Lindley (1799 – 1865), provavelmente o mais renomado de todos orquidólogos.

Lindley descreveu centena de gêneros e espécies, publicou muitos artigos e livros científicos, participou na fundação da revista Gardener’s Chronicle, e em 1857 foi agraciado com a Medalha Real, homenagem da Real Sociedade de Londres para pessoas com importantes contribuições para o avanço do conhecimento da Natureza.

O nome desta espécie deriva do latim: setiger, que significa “com cerdas”, em referência às pilosidades existentes no interior do labelo de suas flores.

Sinonímia: Maxillaria setigera var. carolii; Maxillaria leptosepala  e Maxillaria callichroma.

É uma planta originária da região norte da América do Sul, mais especificamente da Colômbia, Equador, Venezuela, Guianas e Suriname, além de norte do Peru e do Brasil.

Normalmente é encontrada em florestas tropicais quentes, sombrias e úmidas, vegetando de forma epífita em altitudes que variam desde o nível do mar até 700 metros.

Trata-se de uma planta de crescimento simpodial e que forma grandes e densas touceiras. Possui um rizoma ramificado e rastejante com raízes velamentosas. Os pseudobulbos são monofoliados, espaçados e piriformes (com forma de pêra), além de achatados lateralmente. As folhas são lanceoladas e coriáceas, podendo chegar a 25cm de comprimento.

A inflorescência é curta, ereta e solitária. Pequenas hastes de aproximadamente 10cm de comprimento, originárias da base dos pseudobulbos mais maduros, suportando uma única flor com delicioso e embriagante perfume.

Estas flores são ressupinadas (*) e possuem entre 5,0 e 6,0cm de diâmetro. Sépalas maiores do que as pétalas e uma harmoniosa combinação de branco com amarelo. Labelo proporcional e com grande pilosidade, no qual predominam as mesmas cores das outras estruturas florais, com a inclusão de estrias vermelhas em seu centro. Muito linda.

 (*) Apenas para relembrar aulas passadas, ressupinação é um mecanismo fantástico que a natureza criou para garantir que as orquídeas sobrevivam e perpetuem a espécie. Na grande maioria das orquídeas, o botão floral cresce em posição vertical. Mais tarde, no entanto, ele se deita e faz a chamada ressupinação, um movimento de até 180 graus, destinado a colocar o labelo na posição horizontal, como se fosse uma plataforma ou uma pista de aterrissagem, visando facilitar ao máximo o trabalho dos agentes polinizadores. Impressionante !!!

A Maxillaria setigera é uma planta que exige alguns cuidados específicos, principalmente para quem mora em regiões mais frias, como o sul e o sudeste do Brasil. Seguem algumas dicas:

  • Como a maioria das epífitas, esta orquídea vai muito bem se fixada em árvores, troncos ou cascas.
  • Mas, se você optar por vasos ou caixetas, então sugiro um substrato composto de partes iguais de casca de pinus, carvão vegetal e pedra brita, acrescentando uma pequena porção de esfagno para aumentar o nível de retenção de umidade.
  • No caso de vasos, muito cuidado com água acumulada no fundo. O substrato deve ser arejado e drenar a água imediatamente.
  • A Maxillaria setigera gosta de uma boa sombra. Sugiro cultivo com 50 a 60% de sombreamento.
  • Importante: esta planta é originária de regiões quentes, suportando variações entre 15 e 40 graus. Proteja esta orquídea nos dias mais frios do inverno.

Aqui no sul do Brasil floresce no final inverno, e a floração dura em torno de 20 dias.

A seguir relaciono algumas fotos ilustrativas:

 

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Maxillaria setigera  –  Planta de minha coleção

Crédito fotográfico:  Juan Pablo Heller

 

 

E agora mais algumas imagens, estas retiradas da internet:

 

 

 

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Foto retirada da internet - Site:
http://www.orchidspecies.com/maxisetigera.htm

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Foto retirada da internet - Site:
http://www.orchid-nord.com/m_page/maxillaria_setigera/maxill_setig.htm

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Foto retirada da internet - Site:
www.pinterest.co.uk/pin/771100767418545935/

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Foto retirada da internet - Site:
www.flickr.com/photos/guilhermecorigliano/4344675066

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Foto retirada da internet - Site:
www.flickr.com/photos/guilhermecorigliano/4357511707

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Foto retirada da internet - Site:
http://www.rv-orchidworks.com/orchidtalk/orchids-other-genera-bloom/12804-maxillaria-setigera.html

 

 

 

 

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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IMAGES: GOOGLE search

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4 pensamentos sobre “Maxillaria setigera

  1. Boa tarde! Obrigada pelas informações! Tenho uma M. setigera a anos. Ela está imensa! Fez uma moita bem grande que já não tem mais pra onde ir no suporte em que está. Já não floresce a uns dois anos. Devo dividir? E caso positivo, como devo fazer?

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    • Boa tarde Maria Amelia. Deve ser linda tua planta.

      Provavelmente tua planta parou de florir porque o substrato está muito envelhecido e com pH muito ácido. Você pode manter a touceira trocando apenas o substrato e colocando em um vaso um pouco maior, ou então dividir a planta em quantas partes você quiser, cortando o rizoma. O Importante é manter sempre pelo menos 3 pseudobulbos em cada uma das partes das divisões.

      Boa sorte e um grande abraço.

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